O segmento da moda é um mercado que vem crescendo de forma surpreendente no mundo virtual, sendo a categoria que mais vende. Segundo a Associação Brasileira do Vestuário (Abravest), o faturamento total do setor de vestuário já ultrapassa os R$ 90 bilhões.
Muitas pessoas têm dificuldade em encontrar roupas por não se encaixarem em um certo “padrão de beleza”, por isso, mercado plus size vem ganhando cada vez mais espaço e já representa cerca de 5% desse faturamento da moda. E foi com isso que uma empreendedora viu uma oportunidade de negócio e criar um e-commerce que vende roupas a partir do número 44.
A Flaminga foi fundada em 2013 por Cristina Horowicz, 47, empreendedora que já tinha experiência como proprietária da marca de roupas Creare e teve essa ideia que abrir um e-commerce com o foco no mercado plus size.
Junto com ela, estava Sylvia Sendacz, 49, que decidiu usar seus conhecimentos nas áreas de cinema publicitário, fotografia e comunicação para garantir que a Flaminga se estabelecesse como marca de estética diferenciada. No início, a ideia era vender online apenas as peças da Creare, mas a necessidade de oferecer diferentes estilos de roupas para as mulheres falou mais alto. Assim, o site se tornou um espaço aberto para a venda de mais de 40 marcas e que, atualmente, possui um ticket médio de R$ 325,81, valor acima da média do mercado.
“Como trabalhamos com muitas marcas, tentamos fazer uma curadoria com aquelas que entendam os diferentes tipos de mulheres”, afirma Cynthia Horowicz, 52, irmã de Cristina, que se juntou à marca em setembro de 2013. Formada em administração de empresas e “publicitária de vida toda” – como ela mesma diz -, é dela a responsabilidade de entender o consumidor e seus diferentes comportamentos. Além das três sócias, a Flaminga conta também com a participação de Ary Mifano, 52, como sócio-investidor.
Com um investimento inicial total de cerca de R$ 200 mil, o objetivo sempre foi que o projeto fosse sustentável a médio e longo prazo. Em 2015, o rendimento do e-commerce foi de R$ 3,3 milhões e a expectativa para esse ano é que esse valor suba para R$ 5 milhões. “Há uns dois anos atrás, o mercado plus size ainda era pouco desenvolvido, mas tem um percentual de crescimento muito grande. Além disso, expectativas afirmam que cerca de 60% das mulheres estará em situação de sobrepeso até 2020”, diz Cynthia.
Para as pessoas que querem investir no e-commerce, a empreendedora dá um alerta sobre o planejamento de custos. “Muita gente acha que, só porque é um site, conseguimos fazer tudo de casa, tranquilamente. Na verdade, um dos maiores desafios são os custos que vão desde plataforma até logística e antifraude.” Além disso, com uma equipe de 12 pessoas, a Flaminga reduziu despesas ao alugar um galpão que abriga todos os processos necessários do empreendimento, internalizando os serviços sem depender de terceiros para tarefas como o empacotamento e envio.